agridoces paralelos & meridianos
em tons aquarelados rasgam-se as falésias de meu peito
percorre-se o desfiladeiro,
os detalhes — pífios ? — de uma vida moldam aspectos naturais e artificiais
e, nem tão indecifráveis.
tateantes territórios,
fragmentos de um inconsciente,
numa alquimia inexprimível desse que é meu habitát
criação narrativa
atente-se
você logo verá o sentimento alastrar-se por todas as salas como um elefante branco
no corpo-morada de encontros simultaneamente sinestésicos
nada cessa.
capilarizam-se os inícios
atravessam a carne, alojam-se
fazem-se ouvir como quem consciente de sua expertise, em cume benevolente, adverte sobre seu potencial para esmurrar portas
não há desculpa aos contornos mal feitos,
aos fins mal sucedidos
então,
os começos invadem uns aos outros
palatáveis, revelam-se
e aos observadores mais atentos, demonstram suas costuras
ora se nada cessa e tudo se costura o que afinal são os inícios?
relevos e
desvios e
congruências num uníssono
audíveis são os sentimentos
seus ecos pesam feito gravidade, afagos e traumas não se anunciam, ocupam
e na cartografia de minhas paixões,
expedições em mim mesma
pacifico minhas memórias, recepciono e afago os que aqui vagueiam
lembranças
construções imagéticas de minhas experiências, impregnadas ao âmago
não à toa e sem aviso, em súbitos instantes, ocupam minha visão por inteiro
não morrem onde se encerram
incorporadas ao ser: visto minhas roupas (eu-vejo-a-tudo).
meus pés descalços
prefiro-os assim,
firmemente fincados a terra
conheço seus calos,
já os beijei
nos espaços negativos
aqui, nessa que é a minha casa:
gavetas,
cujo mistério de seu conteúdo revela-se dentro
não tenho medo.
dentro de todos esses quartos escuros,
sinto cheiro de capim limão
de meus despenhadeiros,
pulo
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